quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Excesso de gostosura


Diferentes visualmente, gordinhos e sarados passam por situações semelhantes a qualquer ser humano.

Houve um tempo em que ser gordinho era sinônimo de saúde, prosperidade e beleza. Contudo, com o avanço da medicina e as mudanças dos padrões estéticos, essas pessoas com um pouquinho a mais de massa foram jogadas para o “lado negro da força”; enquanto seus irmãos magros e sarados tornaram-se um “totem”, tanto pela questão do bem estar, como pela aparência.

Academias, dietas milagrosas, cirurgias e pensamentos de “puxa, estou meio cheinho” fazem parte do cotidiano de quem tem pelo um espelho dentro de casa e não está satisfeito com o seu corpo. “Nem gosto de me olhar no espelho, mas quando olho penso: Meu Deus! Quanta banha”, diz a diarista Maria Benedita Mariano, de 56 anos. “Mas faço caminhada e hidroginástica toda semana. O problema mesmo é a comida”, completa Maria.

No passado, principalmente na época do Renascimento, era muito comum as obras de arte retratarem mulheres nuas apresentando leves proeminências na região abdominal. A explicação para este fato; além de que quadris largos representavam fertilidade, é que a humanidade sempre sofreu com a fome, e quem apresentava mais “dobrinhas” era considerado mais saudável e, conseqüentemente, teria mais chances de sobreviver.

Hoje, com a sociedade ocidental se preocupando menos em achar o que comer, e com o pensamento de que gordura é um sinal de sedentarismo, quem não tem um corpo de Gisele Bündschen e Hugh Jackman pode começar a se preocupar com a visão de ambos os sexos. “Eu acho que a pessoa que é descuidada com o corpo é descuidada com outras coisas que dizem respeito a si próprios”, afirma o músico Eduardo Bolletti, de 29 anos e recém separado de uma magrinha. Por essa mesma linha vai a dentista e modelo de 22 anos Regiane Calastro, que afirma: “Prefiro sarados não só por estética, mas sim por saúde mesmo, por cuidarem-se mais”.

Mesmo sendo mais difíceis de achar, também existem os que preferem os gordinhos; afinal, gosto cada um tem o seu. “Não gosto de mulheres saradas. Aquelas que têm tanquinho muito definido dão a impressão de que se quiserem podem me bater muito”, desabafa o estudante de Engenharia Química e blogueiro Henrique Guimarães, 20 anos. Estas pessoas que não ligam para as “gordurinhas” têm alguns motivos para não se preocupar com a aparência do parceiro, como exemplifica o editor de vídeo Rodrigo Belati, 28 anos, no alto de seus 105 quilos. “Curto as mais cheinhas porque com elas não tem muita frescura, o que rola é um charme único e mais lugares para pegar. Essa é a grande verdade. Magrinhas se apertar de mais, quebram”.

A nova febre entre brasileiros é a cirurgia plástica. Segundo dados colhidos pelo IBOPE Inteligência, foram realizadas 645.464 operações no Brasil em 2009, das quais aproximadamente 26% são de lipoapiração. “Fiz a lipo porque com a idade, mesmo agente não querendo a barriga aparece”, relata a dona de casa e mãe de três filhos Mácia Gouvea, de 47 anos.

No entanto, quem não tem dinheiro para uma cirurgia plástica tem que suar para alcançar o corpo que deseja. “Cada vez temos mais clientes. E com certeza a maioria das pessoas que frequentam a academia são gordinhos que sonham ficar magros, e sarados que querem manter a forma”, diz o professor de musculação e spinning Ricardo Carvalho, 26 anos. Comprovando a crescente busca pela perfeição do corpo; que as vezes chega a níveis preocupantes e perigosos para a própria vida de quem está nesta busca.

Casos de bulimia e anorexia foram noticiados em larga escala pela primeira vez nos anos 80, quando a vocalista da banda The Carpenters, Karen Carpenter, faleceu com apenas 32 anos em decorrência de problemas causados pela anorexia. De lá para os dias atuais, é cada vez mais comum vermos pessoas sofrendo desses males, principalmente entre jovens. “A sociedade faz uma grande pressão sobre quem é gordinha, principalmente quando se tem apenas 14 anos”, explica a estudante de biologia Yasmin Maccari, 19 anos, que sofreu com a bulimia na adolescência. “Sinceramente, até hoje sinto muita pressão. Fiz tratamento psicológico, mas ainda não estou 100% curada”, desabafa a estudante.

Mas engana-se quem pensa que apenas os gordinhos passam por problemas devido a aparência. Pessoas que almejam um corpo escultural e não têm paciência para malhar, fazem uso de anabolizantes para chegar rapidamente ao resultado esperado. Contudo, tomar estes hormônios pode causar uma série de efeitos colaterais. “Eles querem melhorar o visual, mas acabam piorando de forma irreversível. O uso de anabolizantes pode causar nos homens ginecomastia (aumento das mamas), atrofia testitular e impotência. Nas mulheres ocorre a aumento de pêlos no corpo, hipertrofia clitoriana e engrossamento da voz. Doenças comuns a ambos são câncer de fígado e problemas no coração” explica o estudante de medicina Daniel Pires Penteado Ribeiro, 22 anos.

E mesmo para os que não ligam para os problemas citados por Daniel e acham bonito e prático os músculos falsos conseguidos com anabólicos, fica a dica da modelo Regiane. “Eu gosto de homens sarados. Mas, sinceramente, quem toma bomba não tem chance”.


**matéria feita para o jornal 'Acontece'**

sábado, 8 de janeiro de 2011

Vergoinha é?

Grande parte da população brasileira é formada por descendentes de imigrantes. Africanos, europeus e asiáticos chegaram aos baldes.

É difícil vermos índios por aí, e os que vemos com freqüência são bolivianos. Viram só? Mais imigrantes!

De acordo com meu informante, o Wikipédia, desde 1870 chegaram ao Brasil mais de 6 milhões de estrangeiros que vieram fazer sua vida por aqui. Antes disso, quem chegava era chamado de colonizador, e não há dados sobre eles. Colonizadores depois de 300 anos... Bizarro!

Me atrevo a dizer que quase todo brasileiro é descendente de um imigrante. Vou repetir: D-E-S-C-E-N-D-E-N-T-E.

Então porque será que está lotado de nego falando que é alemão, italiano e blá blá blá? Vergonha de ser MADE IN BRAZIL?

Eu assumo que não me orgulho de ser da mesma terra em que nasceu o funk carioca. Mas agente também tem coisas boas, tipo... várias coisas.

Num adianta ser brasileiro só durante algum jogo de seleção, com todo mundo cantando “eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amooor”. Aliás, tenho um ódio mortal dessa música!

Porque os caras nem esperam muito tempo pra dar a realidade da situação. Saem do estádio pro busão e já começam a falar: “olha como tá cheio, o Brasil é uma M*E*R*D*A mesmo”. Ora essa... cadê o orgulho e o amor?

Amor beleza, somos insistentes. Mas o orgulho passa longe.

Até parece que brasileiro só sente orgulhoso e auto-confiante com o futebol. Como já diria o grande Nelsão, futebol é o ópio do povo. Valeu Dungaa!

Falta ao nosso um pouco de amor próprio e vergonha na cara.

Um bom exemplo disso são as pessoas que fazem manifestações até no fim do mundo quando seu time perde e dão risada quando um deputado fala que “está se lixando para a opinião pública”. Espero escrever sobre isso em breve.

E uma coisa eu sei, só ficar olhando para o quintal do vizinho e ver o que ele tem e você não com certeza não é o melhor caminho!

Eu juro que uma das coisas que eu mais queria ver é um brasileiro chegando pra um gringo e falando na cara dele que se acha europeu. “Porque meu vô era de num sei onde, minha vó é descendente de...”. CALA A BOCAA!

Para a maioria deles nós somos outro povo, de um mundo completamente diferente e, portanto, todos nós estamos no mesmo barco. Um barco de macacos, segundo a ideologia européia e argentina.


Eu não quero dizer que toda a sua ascendência deve ser esquecida, muito pelo contrário. Ela deve ser valorizada; é a história da sua família.

Me orgulho de ter sangue 50% português, 50% italiano e ser 100% brasileiro.

Mas não esqueça que só porque você é um playboyzinho criado a pão-de-ló que vai ser diferente do resto do Brasil. O nordestino que você tanto despreza é idêntico a você.

Até os cariocas são...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Acredito nas flores vencendo canhões...


Ai ai... Tenho muita raiva disso, mas vamos lá.

Foram 21 anos sombrios.

Mais de duas décadas em que o brasileiro era obrigado a ter medo da própria sombra. Qualquer um poderia ser um informante, oficial ou não, e sem ao menos perceber, um calabouço cheio de dor seria o destino final.

Engraçado como isso me lembra a Inquisição. Um Tribunal da Santa Inquisição em pleno século XX...

Podem falar que o Brasil é cheio de coisas que nos envergonham, e eu concordo plenamente com isso. Mas na história recente (não estou contando com a escravidão, claro!), nem o mensalão foi tão traumático para a nação quanto a Ditadura; até porque, na minha opinião, um é consequência do outro.

E eu explico o porquê dessa conclusão...

Essa corja de corruptos formada por Maluf, Sarney, ACM e seus descendentes e uma infinidade de outros que não são assim tão famosos ganharam força as custas desse sistema malandrão, que impedia o povo de escolher seus funcionários.

NÃO SE ENGANEM, OS POLÍTICOS NADA MAIS SÃO QUE SEUS FUNCIONÁRIOS.

Sem essa de Messias, salvador da pátria e afins... Se eles acertam em alguma coisa não fazem mais do que a obrigação; afinal, não é esse o acordo que todos eles selam com a população durante a campanha?

Mas o que me deixa mais triste são aquelas pessoas que defendem os militares. E o pior de tudo é que normalmente quem defende é quem justamente viveu todo aquele período difícil.

Mesmo se eles tivessem feito um excelente governo, com imensos progressos econômicos e sociais, justificaria as 424 mortes?
Mortes por ideologia. Algo como se você matasse seu vizinho porque ele torce para um time diferente do seu. Bom, esse não foi o melhor exemplo... Agente quase não ve isso por aí.

Ah, e esse número são de dados oficiais. Sempre desconfio deles...

Qualquer forma de Ditadura, cedo ou tarde, traz seu ônus. Nenhum sistema onde não há escolhas, apenas imposições sobreviverá por um longo período.

E só para variar um pouco, os ditadores sempre saem por cima, e o povo na...