quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tamanho é documento


Extremidades da anatomia não se restringem apenas a braços e pernas. Outra proeminência do corpo humano que nem sempre é muito observada – no meu caso, modéstia a parte, uma enorme proeminência – quando está funcionando bem alegra o dia de qualquer cidadão ranzinza, que acordou com o pé esquerdo e foi trabalhar na chuva.

Muitas vezes, o tamanho dessa extremidade pode causar um certo desconforto inicial nas relações, mas com cuidado e um pouco de jeitinho tudo se encaixa perfeitamente; até que frases como “Meu Deus, como é grande!” com o tempo e a intimidade se tornam cada vez mais raras.

Obviamente, todo este papo inicial ficaria muito estranho se você, leitor meu, tivesse uma mente promíscua. Pois está claro que a tal extremidade nada mais é do que o inocente nariz.

Oh, grande nariz. O famoso ladrão de oxigênio alvo do bullying juvenil espalhado pelas escolas do mundo. Fato que, se pensar bem, soa um pouco estranho se levarmos em conta nossa evolução a partir do macaco e que em algumas espécies de primatas o tamanho do nariz é um sinal da alta hierarquia. Em poucas palavras, na natureza onde o bicho pega, o narigão é quem comanda.

E falando em lideranças, países tradicionalmente conhecidos por seus narizes avantajados, como a Itália e a Turquia, não têm históricos de guerras entre si e sempre estão em harmonia. Muito diferente dos anglo-saxões de narizes “comuns” que sempre ficam de mal com os árabes de ventas robustas.

No entanto, mais do que uma questão de caráter nacional, o nariz é uma herança familiar. Que o diga este humilde escritor que teve a mesma sorte de seu pai, seu avô e hoje se orgulha do próprio nariz que chegou aos 5,2 cm, mesmo ele não sendo suficientemente bom para alcançar o recorde mundial de 8,9 cm. Paciência, na vida não se pode ter tudo.

E se você que conseguiu chegar até o final desse texto e até agora não se identificou com a causa dos narigudos, provavelmente é porque não tem um. Mas pode ficar tranquilo que um dia nos entenderá, pois, como dizem por aí, a idade vem chegando e o nariz nunca para de crescer.