domingo, 2 de novembro de 2014

Voto por não votar, se quiser

A cada dois anos os brasileiros acordam num domingo de manhã para praticar o maior dever cívico que uma democracia pode disponibilizar ao seu povo: o voto.

Domingo por natureza é um dia que deveria ser dedicado inteiramente ao ócio da recuperação carnal depois uma longa semana de seis dias dedicados à estressante rotina de trabalho, estudos ou qualquer coisa que, mesmo insignificante, não nos deixe usufruir de um leve e necessário estado de “vadiagem”.

Contudo, o direito ao descanso merecido e, principalmente, a democracia são feridos em todos os processos eleitorais do Brasil; afinal, não é nem um pouco democrático obrigar o cidadão a sair de casa para enfrentar as filas das votações.

Os defensores do voto obrigatório expõem algumas ideias que dizem que em países onde o voto não é obrigatório a população perde o interesse pela política e , consequentemente, seria mais fácil que um candidato com ideais questionáveis e pouco preparado conseguisse chegar às esferas de poder.

Acreditando cegamente numa afirmação destas, com certeza em terreno tupiniquim não existiria este tipo problema, pois aqui, todos os cidadãos maiores de 18 e com menos de 65 anos são obrigados a comparecer às urnas.

O Brasil não deveria ter problemas quanto a políticos chegando ao poder sem nem mesmo ter uma única proposta. Neste mundo ideal e irreal, pessoas como Tiririca e Frank Aguiar também jamais teriam sido concebidos nem em vida e muito menos politicamente.

A falta de preparo do povo na hora da escolha dos candidatos é exatamente o resultado do trabalho mal feito por aqueles que nos representam em Brasília.

No Brasil não há uma educação política, e talvez por isso as pessoas esperem que algum candidato conte a estes ”analfabetos políticos” (e não políticos analfabetos, neste caso) o que faz um deputado quando ele chegar lá.

Um pequeno número de votos conscientes é mais precioso que milhões de outros que, por assim dizer, são jogados na lata do lixo. Sendo que esta lata de lixo é o nosso sistema de saúde, nossa educação e etc., etc. e etc.

Política se faz com pessoas com interesse em melhorar e fazer funcionar a grande engrenagem de um país. Se quem vota já não tem está motivado por seus próprios direitos, tudo está errado desde o princípio.