Somente em território brasileiro, doença ganha mais de 100 mil novos casos todos os anos
Diagnosticada em decorrência do aumento da opacidade no cristalino (estrutura ocular que permite a passagem de luz à retina, onde são formadas as imagens), a catarata aflige cerca de dois milhões de brasileiros, com aproximadamente 120 mil novos casos todos os anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a entidade, 51% dos casos de cegueira completa no mundo, num universo de 39 milhões de afetados, são causados pela catarata.
A doença ocorre, em sua forma mais comum, devido à idade e pode ser classificada como um processo natural que o corpo humano sofrerá, com variado grau de degeneração em cada pessoa. A catarata senil, recorrente a partir dos 50 anos, abrange aproximadamente 85% das ocorrências da doença no Brasil.
Outros fatores, entre eles a diabetes, traumas na região dos olhos, exposição a radiações, principalmente o raio-x ou UV, e até mesmo a ingestão de determinados medicamentos, como corticoides, podem originar a chamada catarata secundária. Crianças também são afetadas pela moléstia e existem casos de pessoas nascidas com a catarata congênita, de origem genética, mas que também pode ser desenvolvida por infecções intrauterinas, como a rubéola e sífilis.
Entre os principais indicativos de que um problema de visão pode ser associado à catarata estão enxergar de forma turva ou com pouca nitidez e uma maior sensibilidade à luz. Ao perceber tais sintomas, o paciente deve procurar um oftalmologista para fazer um diagnóstico preciso.
Contudo, por ser uma doença de lento avanço e não detectável a olho nu, muitas pessoas demoram para procurar um profissional especializado. Segundo Newton Kara-José, na pesquisa “Cirurgia de catarata: o porquê dos excluídos”, a demora dos diagnósticos ocorre, segundo os entrevistados pelo pesquisador que procuraram o Sistema Único de Saúde (SUS), por dificuldades financeiras ou por os pacientes acreditarem que ainda têm uma boa visão. Outro fator a ser destacado como uma dificuldade para a detecção da doença é o medo dos pacientes em caso de uma possível cirurgia.
Como prevenção ao avanço mais rápido da catarata, é indicado o uso de óculos, escuros e de grau, com proteção contra raios UV e evitar o uso abusivo de colírios e medicamentos que comprovadamente possam acelerar tal processo.
A única forma de cura para a catarata é um procedimento cirúrgico que retira o cristalino, já opaco, e insere em seu lugar uma lente intraocular. Existem técnicas variadas de operação e diferentes tipos de lentes, que são escolhidas de acordo com o perfil do paciente, traçado a partir do grau da doença e a saúde do indivíduo. O procedimento dura, em média, de 15 a 30 minutos e a anestesia é local.
O Ministério da Saúde e dos Municípios, a partir da Política Nacional de Acesso aos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos, efetua mutirões para realizar cirurgias de média complexidade. A operação de catarata é o procedimento mais procurado do programa e em 2012, último ano com dados divulgados em âmbito nacional, mais de 400 mil pessoas foram operadas pelo SUS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário