segunda-feira, 5 de julho de 2010

Retrocesso


A descoberta das reservas de petróleo no pré-sal brasileiro foi motivo de festa e comemorações com forte cunho político. As incontáveis propagandas sobre “um novo horizonte que se abre” não cansam de abordar sobre o quão importante é essa descoberta e os benefícios que ela trará para o Brasil.

Por outro lado, pouco se vê notícias e comentários que falem sobre o lado negativo e os possíveis danos que a exploração do pré-sal poderá causar. Uma das únicas vezes que a mídia deu alguma relevância para o assunto foi quando o Greenpeace fez um protesto na cerimônia de lançamento do marco regulatório do pré-sal, mas após isso, o assunto morreu.

A repercussão sobre estas descobertas se deram pois as reservas foram encontradas na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil e contêm em sua grande parte o chamado petróleo fino, que pode ser usado em refinarias e até então era pouco encontrado em território brasileiro.

Nos últimos anos o Brasil vinha se destacando por fazer uso e investir massivamente em biocombustíveis que, no futuro, poderão ser os substitutos dos combustíveis de origem fóssil, os mais danosos ao meio ambiente. Mas ao que parece, o pré-sal está querendo apagar o imagem de “bom moço” que o país estava criando.

Com o passar do tempo, o barril de petróleo custará cada vez menos e o que será feito com os 33 bilhões de barris da reserva brasileira ainda é uma incógnita. As fontes de petróleo têm previsão de esgotamento para daqui a cem anos e, logicamente, antes que ele se acabe surgirão fontes alternativas a ele.

A tecnologia do biocombustível é brasileira e ninguém mais no mundo a tem. O petróleo atualmente tem um valor de mercado maior, mas isso poderá não ser uma verdade daqui a cinquenta anos.

O impacto ambiental que essa exploração causará também é preocupante, pois além da poluição causada pelos derivados do petróleo(combustíveis, solventes e outros), nenhuma plataforma está imune a um acidente semelhante ao que ocorreu no Golfo do México.

O ano é de eleição, e com certeza o pré-sal será e já está sendo usado para propagandas e afins. Mas o que realmente importa é o que será feito para que ele seja viável tanto ambiental quanto economicamente, sem esquecer dos tão importantes e deixados de lado biocombustíveis.


Um comentário:

  1. muito zuado essas coisas...

    começou o maior "mimimi" pra combustíveis alternativos, o Brasil se vangloriava do etanol e bla bla bla...
    e agora todo mundo fica feliz que encontraram mais petróleo..

    pra onde foi o papo ambiental, eu me pergunto?

    (nossa...eu, falando sério?)

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