quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cadê você?


Todos o procuram já há algum tempo, mas aparentemente ele se esconde muito bem e cada vez melhor. Mas isso é o de menos, pois no lugar em que todos esperam muito tempo para vê-lo ele também não aparece.


E nem adianta traçar um padrão fenotípico ou comportamental para esta “divindade”, já que ele pode variar conforme o local e a situação. Mas segundo fontes é mais fácil acha-lo em gramados do que em outros lugares.


Não! Não se trata de Gnomos ou qualquer outro ser que habite a relva, a selva crescente, pois eles só foram vistos lá em Marte, Gnomos por todas as partes (quem não entendeu ouça Tihuana).


Mas então quem poderia ser? Se juntar difícil de encontrar, mais gramado, mais ser “divino”, a resposta torna-se simples: o craque da Copa!


Os jogadores que se destacaram durante a temporada européia são sempre os que criam mais expectativas na imprensa e na torcida que não vêem a hora de ver os jogadores repetindo pelas seleções o que eles fazem nos clubes. Contudo, está comprovado que ultimamente eles conseguem não ter as mesmas atuações.



Será que não se fabricam mais craques como Pelé, Maradona, Cruijff e Valderrama? Ok, Valderrama não. Mas pelo menos ele nos faz rir até hoje.


No último mundial, o escolhido foi o francês Zinedine Zidane que, apesar do “leve carinho” que fez no zagueiro italiano Materazzi, mereceu o prêmio de forma incontestável. A única ressalva fica por conta de que aquela não era para ser a Copa de Zizou, que já estava na descendente e deu seu último suspiro como jogador na Alemanha.


Agora, na Copa da África, restaram quatro principais nomes que estão na lista de apostas para o destaque do mundial, são eles: Kaká, Cristiano Ronaldo, Messi e o esquecido David Villa.
O português já se despediu e não agradou nem aos seus conterrâneos da Ilha da Madeira. Resta a Messi, Kaká e Villa fazerem as honras e serem decisivos para seus países.

Por enquanto, o vencedor é David Villa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Marina from Acre


Após 16 anos de governo nas mãos do eixo tucano-trabalhadores, um novo horizonte se abre para os eleitores brasileiros. Uma mulher de aparência frágil, simples e até um pouco tímida apresenta-se ao povo com uma nova visão para o futuro do país.


A acreana Marina Silva é a candidata à presidência pelo PV (Partido Verde) e segundo as pesquisas está muito atrás dos “badalados” José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Mas será que os cidadãos estão dando preferência às propostas ou apenas ao nome e ao partido dos candidatos?


Em 2003, quando Lula foi eleito pela primeira vez, Marina foi nomeada ministra do Meio Ambiente e mostrou ter pulsos firmes na luta pela preservação ambiental, chegando muitas vezes a entrar em conflito com seu próprio partido. Contudo, depois de desentendimentos com ministros, reclamações de que seus projetos teriam sido praticamente paralisados e divergências com a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, Marina teve de ceder e retirou-se do ministério em 2008, para retornar ao Senado.


No dia 19 de agosto de 2009, Marina desligou-se oficialmente do PT. Segundo a própria “não se trata mais de fazer embate dentro de um partido em que eu estava há cerca de 30 anos, mas o embate em favor do desenvolvimento sustentável”. A partir de então, rumores de que ela filiaria-se ao PV para uma possível disputa ao cargo de Presidente surgiram, e foram confirmados em junho deste ano.


A destruição do meio ambiente talvez seja o pior erro que a humanidade possa cometer. Atualmente consumimos 40 % a mais do que o planeta pode nos oferecer, e um dos últimos recintos de preservação está perigosamente ameaçado pela soja e pelo gado. Qual candidato sentiu na pele os problemas da floresta e sempre lutou pela sua preservação e uso sustentável?


Os presidenciáveis Serra e Dilma estão muito mais preocupados um com o outro e com o marketing do que com as suas próprias propostas. Quando se pronunciam, normalmente é para reclamar sobre a forma de campanha ou sobre supostas “falcatruas” armadas pelos partidos adversários. Até agora, a proposta mais falada por eles é sobre dançar o “rebolation” em caso de vitória.


Desenvolvimento econômico de fato é muito importante, mas ao que parece, algumas pessoas esqueceram que de nada vale o progresso caminhando de mãos dadas com uma tragédia anunciada. O nome de Marina Silva é sinônimo de um futuro melhor e mais saudável para as futuras gerações.

domingo, 27 de junho de 2010

Vingança: um prato que se come frio?




No caso da Alemanha é um prato tão velho que talvez até já tenha se decomposto. Mas foi divinamente saboreado pelos homens da terra dos salsichões.


Para quem não se lembra, na Copa do Mundo de 1966 as duas seleções também se enfrentaram, e curiosamente ocorreu um erro muito semelhante com o que o trio de arbitragem uruguaio cometeu na tarde deste domingo (27/06/2010). Na opotunidade, um gol irregular abriu caminho para o desempate que daria o único título mundial aos ingleses. Coincidência ou não, aquele mundial foi realizado na Inglaterra, e o jogo, em pleno Wembley Stadium.


Se o gol de hoje tivesse sido validado por Jorge Larrionda, certamente a história do jogo teria sido diferente. O ùnico astro inglês que ainda conseguia acrescentar algo ao time era Steven Gerrard, mas um marcado poderia acordar Lampard para o jogo e acabar de uma vez por todas com essa história de que ele e Steven se anulam em campo.

Mas saindo do campo da suposição, o que se viu em Bloemfontein foi uma Alemanha superior e mais madura que os cavaleiros da Rainha. Sob o comando de Schweinsteiger (ufa! consegui escrever) os alemães fizeram dois gols no primeiro tempo de jogo e, na segunda etapa, deram uma aula de contra-ataque para fechar a goleada e o melhor jogo visto até aqui na Copa da África. Lembrando que nem mesmo foi sentida a falta do guerreiro germânico do ABC paulista, Cacau!


Resta agora saber o que será da Inglaterra. Fabio Capello tinha em suas mãos o maior salário entre os treinadores do mundial e um time envelhecido que não conseguiu corresponder às expectativas. Só esperamos que, além da rainha, Deus também salve os jogadores no desembarque em Londres (perdão pelo tracadilho infame).


What happens to you, Rooney???

Começo de temporada européia, tranferência de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid e grande expectativa em cima do jogador que agora seria O cara do Manchester United. De quem estamos falando? Do nosso querido baby Shrek.


Contudo, a temporada foi decepcionante para Wayne Rooney. O sonho de ganhar novamente a UEFA Champions League e se tornar o maior artilheiro dos Red Devils em uma única temporada não se concretizou.


Na Copa do Mundo, viu sua seleção ser eliminada de forma vexaminosa e indiscutível pela Alemanha; e com um agravente, sem nenhum gol seu e nenhuma atuação que causasse suspiros em Sir Mick Jagger, que estava presente no jogo contra os alemães.


What happens to you, baby Shrek???

CAOS VERMELHO




Todos caminham como gladiadores que em poucos instantes terão que matar uma temida fera, ou talvez algo pior. Os rostos perdidos no meio da multidão parecem querer retornar ao lar, mas o dever e o destino lhes impõem uma longa caminhada, perigosa e incerta.


O campo de batalha não se parece em nada com os dos tempos antigos, já que ele até pode ser considerado moderno, porém, modernidade não é sinônimo de segurança e conforto. Esse lugar ao mesmo tempo temido, odiado e necessário é a linha vermelha do metrô de São Paulo.


Esse gigante que ajuda a cidade a funcionar tem a capacidade de transportar 60 mil passageiros por hora e espantosos 1,4 milhão por dia, fazendo a trajetória da zona leste à zona oeste da capital paulista. Curiosamente duas estações levam o nome de dois times de futebol, o Palmeiras e o Corinthians, que até na linha de metrô ficam em lados completamente opostos.


Os vagões, enormes estruturas de alumínio, percorrem ao todo 18 estações diversas vezes ao dia. Por dentro, o objeto de desejo dos passageiros são os bancos de plástico, duros e simples, mas sempre que se ouve o “PIIIIIIIII” que indica a abertura das portas uma guerra de cotoveladas e empurrões é iniciada apenas para tê-los.


A preferência é pelos bancos marrons, porque os azuis podem causar um efeito terrível em pessoas saudáveis; afinal, não é difícil se ver usuários sentados nos bancos azuis sofrerem de um sono devastador exatamente na hora em que entra algum idoso ou alguma grávida no vagão.


A trilha sonora dentro dos trens é bastante ampla e diferenciada; ouve-se desde um sertanejo de raiz até um funk carioca, e tudo isso graças ao companheirismo de usuários com fones de ouvido ultra potentes que praticamente transformam os vagões em baladas ambulantes.


Lugar tão democrático quanto o metrô talvez só as praias do Rio de Janeiro. Nas imensas estações encontramos empresários e ambulantes, bonitos e feios, cheirosos e não tão cheirosos, todos misturados e com um só objetivo, o de chegar ao destino esperado na hora certa. Um dos poucos mal vistos são os passageiros que insistem em querer ver a parte de baixo dos vagões, obrigando os “maquinistas” a dizerem a arrepiante frase: “estamos parados devido a usuário na via”.


Os estudantes que pretendem seguir uma carreira que exija conhecimentos de física também contam com uma contribuição considerável do metrô paulistano. Um dos bons
exemplos disso ocorre na estação Brás, onde uma das leis de Newton é totalmente desmoralizada, pois a partir dessa estação dois corpos passam a ocupar o mesmo lugar no espaço. Por sorte, a credibilidade de Newton não é totalmente perdida, já que na estação Sé sua primeira Lei se faz presente e é comprovada quando mesmo que o indivíduo não queira desembarcar ele acaba desembarcando por inércia, todos os dias entre seis e oito da manhã e cinco e nove da noite.


Como todo convívio em família, as relações entre passageiros são repletas de brigas e desentendimentos que, na maioria das vezes, são causadas por empurrões e por cavalheiros que tentam se aproveitar de damas indefesas e ingênuas frequentadoras dos corredores estreitos dos vagões. Essas discussões, estranhamente e comicamente, sempre terminam com a mesma frase: “se não está contente vai de táxi!”.