quinta-feira, 12 de março de 2015

Aprendendo a fazer jornalismo


Num primeiro momento, pode parecer estranho dizer que os jornalistas e os veículos de comunicação, até mesmo os mais tradicionais, como a Veja e o The New York Times, terão de aprender a fazer jornalismo. Não será discutido aqui se determinado veículo faz mal seu trabalho e deve se reestruturar. Tudo bem, alguns deveriam, mas isso não vem ao caso especificamente nessa publicação.

A questão que envolve o reaprendizado do jornalismo está ligado ao surgimento de novas tecnologias que não permitem o simples ato de transferir o que já é feito no jornalismo impresso ou até mesmo no jornalismo Web para a plataforma de Ipads e Kindles.

Alex Primo, discute no vídeo ‘Jornalismo para Ipad e Kindle’ como vários veículos brasileiros e internacionais estão criando seu conteúdo para essa nova plataforma e, analisando o que é dito por ele, percebe-se que ainda ninguém sabe ao certo como fazer esse jornalismo. Ainda não há um padrão ‘de sucesso’ a ser seguido.

Vemos que os exemplos dados por Alex vão desde a simples transferência do que é produzido no impresso até à criação de uma mentalidade nova de conteúdo para um meio que é mais interativo que um simples pedaço de papel que será usado pelo cachorro da família poucas horas após ser lido.

O que Alex defende eu seu vídeo são essas publicações que se utilizam de várias ferramentas que tornam a reportagem mais interativa e permitem que o leitor ‘brinque’ com o conteúdo que está em suas mãos. De certo modo, os usuário é quem comanda o caminho que deseja seguir para entender sobre o assunto.

Contudo, Alex se esquece de tocar em um ponto importante que talvez seja uma saída mais elaborada e completa que deixaria poucas lacunas a serem preenchidas tanto para o aprendizado dos leitores sobre determinado assunto, quanto para veículo de comunicação que tornariam suas publicações mais versáteis e com uma maior gama de acessos.

Percebe-se que alguns veículos estão um pouco perdidos e, talvez, até um pouco receosos quanto ao futuro do jornalismo. Como Alex disse em seu vídeo, os veículos precisam se adequar às novas tecnologias. O ‘The Telegraph’, por exemplo, preferiu ordenar que seus jornalistas tweetem pelo menos duas vezes por dia. Isso é necessário, mas não uma solução para salvar os jornais.

A melhor saída para o jornalismo para Ipads e Kindles talvez seja fazer uma abordagem em conjunto com as antigas mídias, como o impresso e o vídeo. Como exemplo, pode-se citar uma publicação sobre a Copa do Mundo na Folha de São Paulo falando sobre os estádios que estão sendo construídos.

No Ipad, o leitor poderia ver uma linha do tempo com datas marcantes da construção com uma foto de como o estádio estava naquela data acompanhado de uma breve descrição, que no final levaria para um outro link que mostrasse a construção da obra em tempo real.
Ainda há espaço para inserir uma publicação em formato de rádio ou para alguma rede social, mas o exemplo serve para expor que o usuário pode começar por qualquer uma das três plataformas e provavelmente irá querer acessar o que está na outra publicação, pois não se tratará de três conteúdos repetidos, mas sim publicações complementares que ajudariam o leitor e renderiam mais acessos para o veículo e mais publicidade, já que existiriam mais lugares para anúncios.

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